Constata-se hoje a tendência de menosprezar o cuidado e a responsabilidade com as escolhas. Essa é uma das razões da prioridade que se tem dado a caminhos breves e mais fáceis. No caso da escolha profissional, tais caminhos levam a alternativas que se apoiam em ilusões propiciadoras de uma acomodação provisória ou de uma trajetória profissional frustrante.
Fazer escolhas não é tarefa fácil. Provoca inquietações e dificuldades que têm origens objetivas (baseadas em dados e fatos da realidade) e subjetivas (desejos, fantasias, expectativas, ansiedades, temores, etc.). Ambas atuam simultaneamente, produzindo reações diversas. Elas podem impulsionar o enfrentamento da situação, a fuga, o estado de indecisão e, no extremo, a paralisação, que se evidencia no sentimento de estar perdido, de não saber para onde ir.
Uma das mais complexas, a escolha profissional, de partida, mobiliza o confronto com vários temores: errar, não corresponder à s expectativas dos pais, decepcionar, fracassar, perder o apoio da famÃlia, assumir a responsabilidade pelos possÃveis desacertos, etc. Os componentes emocionais nem sempre são conscientes. Por isso, podem se revestir de racionalidades que, apesar de aparentarem soluções, são verdadeiras armadilhas.
Quando a intensidade das inquietações é proporcional ao temor de enfrentá-las, é comum, por exemplo, os jovens apegarem-se à “convicção†de que não será necessário pedir ajuda porque ninguém exerce influência sobre as decisões dos outros. Costumam recorrer também ao mecanismo da negação da dúvida e da incerteza, sustentando-se na fantasia de que somente os inseguros se questionam. Além dessas, outras racionalidades induzem aos equÃvocos que todos os anos levam muitos estudantes a considerar como objetivo principal apenas o ingresso na universidade. Assim, terminam optando por cursos menos concorridos para serem aprovados de qualquer maneira; cursos cujas matérias exigidas apenas para o vestibular coincidem com aquelas que preferem; profissões em alta porque consideram que sucesso, dinheiro e status estariam garantidos; ou profissões que oferecem oportunidades de trabalho com a famÃlia.
São esses modos de escolha que podem conduzir o estudante a engrossar a fila daqueles que abandonam os cursos ou os concluem desvinculados de projetos por absoluta falta de identificação.
A escolha profissional demanda reflexão sobre questões subjetivas associadas à análise de informações sobre as profissões, o mercado de trabalho e as particularidades do mundo contemporâneo. Estamos vivendo num ambiente complexo e sem fronteiras, onde o conhecimento assumiu um lugar central na economia e o capital intelectual passou a ser cada vez mais uma vantagem competitiva.
A produção e a superposição de novos conhecimentos provocam tanto o desaparecimento de campos profissionais quanto a abertura de novos mercados e de novas áreas de atuação. Isso significa dizer que a conquista do lugar e a permanência dos profissionais e das organizações no mercado exigem competência para lidar com transformações crescentes e aceleradas. Essa é uma condição particular daqueles que sabem o que querem e aonde desejam chegar. Caminho que pressupõe uma escolha sintonizada com as condições pessoais e com a realidade. A escolha pode ser ponto de partida de uma trajetória de sucesso ou de fracasso.
Escolher que profissão seguir não é tarefa fácil, especialmente sozinho. Ótimos métodos, boa temática de avaliação, boa dinâmica nos encontros, consultora muito gente boa e ajudou bastante.
Morgana Herdle
Morgana Herdle“Sou psicólogo e psicanalista, moro em Caruaru. Trabalhei doze anos numa escola particular de classe média nessa cidade. Fiz o curso da Trajeto e saà com um projeto que atendia à minha realidade e necessidade institucional.
Fiz grandes amizades e trocas de experiências com diversos profissionais de outras escolas e realidades, o que enriqueceu o meu repertório de ação e intervenção junto à minha clientela. Super recomendo o curso. É uma equipe competente e comprometida. Obrigado a todos pela formação!”
MaurÃcio Ramos