Um paradoxo se evidencia: os jovens sempre foram associados à queles que “serão o futuro do nosso PaÃsâ€, contudo, atualmente muitos deles se mostram alienados aos imperativos de viver o presente. Embora saibamos que a adolescência é um perÃodo de mudanças e descobertas, vivenciadas de modo intenso e imediatista, percebe-se hoje uma desmedida na maneira como se apresentam essas caracterÃsticas.
Em julho de 2011, um artigo publicado pela jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum na revista Época teve forte repercussão em blogs e nas redes sociais por tocar em um dos sintomas que caracterizam o mundo atual. Embora o tema não seja novo, o texto aponta com agudeza e clareza como a juventude de hoje, embora mais bem qualificada, é mais despreparada para a vida.
Hannah Arendt há meio século, previu que a educação seria atingida pela crise da famÃlia contemporânea. Atualmente, testemunhamos os efeitos gerados a partir da dinâmica instalada na famÃlia, cujas relações são marcadas pela horizontalidade, decorrente do declÃnio do poder patriarcal, também associado à emancipação da mulher e à sua entrada no mercado de trabalho. Esses fatores modificaram a maneira de educar e a sintonia que existia, em especial, entre famÃlia e escola. Dentre essas mudanças, destaca-se a dificuldade dos pais de estabelecer e sustentar os limites, o que tem resultado em sintomas psÃquicos e sociais evidenciados na incapacidade dos filhos para lidar com a diferença, respeitar o outro e compartilhar a vida em sociedade.
Das escolas brasileiras que costumam ficar no topo do ranking de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sabemos que a maioria funciona em tempo integral, utiliza horas extras para estimular áreas do conhecimento como música ou arte, além das atividades que articulam o conteúdo teórico à vivência dos alunos. Muitas adotam um projeto pedagógico que instiga o raciocÃnio lógico, a reflexão crÃtica e a capacidade do estudante de criar soluções diante de situações novas. Essas condições são sustentadas por um corpo docente que se diferencia tanto pela competência quanto pela maior disponibilidade de horas de trabalho dedicadas à instituição.
Na palestra realizada na terça-feira, dia 16 de abril, para os pais do Colégio Equipe, dentre as questões levantadas por eles, destaco uma: qual é o tempo adequado para os nossos filhos escolherem a profissão?
Muitas vezes escutamos os pais, ao duvidarem da condição do filho de escolher bem a profissão, expressarem a seguinte proposição: “Caso não se identifiquem com o curso que escolheram, são muitos jovens, têm tempo para refazer o percursoâ€. Na tentativa de proteger os adolescentes do clima de tensão e sem terem clara consciência da entrada na vida adulta, reforçam a imaturidade que apontam, sem considerarem os prejuÃzos pessoais e profissionais ocasionados pelas trajetórias sem rumo. Esquecem que ser adulto implica fazer escolhas e se responsabilizar pelas consequências de suas atitudes e decisões.
Tem sido uma realidade cada vez mais comum o crescente número de universitários que procuram orientação profissional para repensar o curso que estão fazendo. Chama-nos a atenção, porém, o fato de explicarem o equÃvoco sob a alegação de terem decidido de modo “fechado†na ocasião do primeiro vestibular. Ou seja, escolheram aferrando-se a uma certeza inabalável, sem terem disponibilidade interna para fazer qualquer reflexão a respeito do assunto ou para investigar a profissão de interesse, nem se permitindo escutar qualquer intervenção externa.
“Estou surpresa pela posição de minha filha durante o vestibular! Embora tenha sido aprovada numa faculdade particular antes do resultado da UFPE, não quis se matricular, tampouco permitiu que fizéssemos sua inscrição para o curso de Administração da UPE, apesar de nosso apelo. Não adianta - reproduz a fala da filha - só quero Direito e na UFPE. Se não passar, tento novamente no próximo ano.â€
Depoimento de uma mãe sobre a experiência da filha, que conquistou uma vaga no curso de Direito da UFPE.
Está em voga os jovens fazerem vestibular em diversas faculdades optando, na maioria das vezes, por carreiras diferentes. Na tentativa de ajudar, os pais embarcam nessa aventura, patrocinando a variedade de cursos de matérias isoladas e de inscrições para o “festival†de vestibulares.
Escolher que profissão seguir não é tarefa fácil, especialmente sozinho. Ótimos métodos, boa temática de avaliação, boa dinâmica nos encontros, consultora muito gente boa e ajudou bastante.
Morgana Herdle
Morgana Herdle“Sou psicólogo e psicanalista, moro em Caruaru. Trabalhei doze anos numa escola particular de classe média nessa cidade. Fiz o curso da Trajeto e saà com um projeto que atendia à minha realidade e necessidade institucional.
Fiz grandes amizades e trocas de experiências com diversos profissionais de outras escolas e realidades, o que enriqueceu o meu repertório de ação e intervenção junto à minha clientela. Super recomendo o curso. É uma equipe competente e comprometida. Obrigado a todos pela formação!”
MaurÃcio Ramos